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Aprenda a escolher a lâmpada com potência e intensidade adequadas para cada cômodo
Meu Lar 28/09/2018

Aprenda a escolher a lâmpada com potência e intensidade adequadas para cada cômodo

A lâmpada queimou? Por mais que muitas vezes seja preciso subir em uma alta escada para trocar por uma que esteja funcionando, a tarefa é necessária, já que ninguém quer ficar no escuro. Mas antes de mais nada é preciso comprar uma nova no mercado. É aí que começa o problema. Afinal, as opções são muitas, variando de acordo com tamanho, tipo e intensidade da luz. Quer saber como escolher a ideal para o seu cômodo? Então pode ficar tranquilo, porque nós tiramos todas as dúvidas sobre o assunto com o engenheiro eletricista João Gabriel d’Oliveira.

Tipo de lâmpada é o primeiro fator a ser analisado

Antes de mais nada é preciso escolher o tipo de lâmpada que você vai levar para casa. A incandescente (que não é mais vendida) e a fluorescente são as mais conhecidas, mas nós temos também a halógena e a de LED. Dá uma olhada nas principais características de cada uma:

Incandescente: Por ter uma eficiência muito baixa sua venda foi proibida no país em 2016. Afinal, essas lâmpadas duram apenas 1.000 horas – valor bem pequeno se levarmos em conta as outras opções. “Devido à antiga popularidade das lâmpadas incandescentes, algumas caixas apresentam o ‘equivale’ como parâmetro de comparação. Essa etiqueta mostra, por exemplo, que a lâmpada de 23 W equivale a uma lâmpada de 100 W incandescente na iluminação”, explica João Gabriel d’Oliveira.

Halógena: Muitas vezes confundida com a incandescente pelo seu formato característico, ela não é tão eficiente quanto a fluorescente, mas não chega a ser um verdadeiro desperdício de energia como ocorre com a incandescente. “As lâmpadas halógenas são de 20% a 60 % mais eficientes que as incandescentes, com uma vida útil por volta de 5.000 horas”, diz o engenheiro eletricista.

Fluorescente: Com uma eficiência 80% maior que a da lâmpada incandescente, essa opção é uma escolha certa para quem quer economizar. Sem falar que ela tem uma vida útil de 10.000 horas! É muito tempo sem ter que trocar por uma nova, certo? Ainda assim, é preciso ficar atento quando ela para de funcionar. “Essa é a única das lâmpadas que exige descarte especial por possuir mercúrio na composição de gás no seu interior”, alerta João Gabriel.

LED: Por fim temos as lâmpadas de LED. E não, elas não são de uso exclusivo de festas ou grandes eventos, como pode ter parecido quando sua venda se popularizou no Brasil. Embora sejam um pouco mais caras, não há como negar que investimento vale a pena. Afinal, cada uma delas dura entre 20.000 e 45.000 horas! Em relação à eficiência, ela também é 80% maior que a da incandescente.

De olho na caixinha: watts mostram quanta energia cada lâmpada gasta

Agora que você já escolheu qual tipo de lâmpada vai comprar é hora de analisar os seus watts (W), que é a potência. João Gabriel destaca que, embora muita gente confunda, esse valor não tem a ver com a quantidade ou intensidade da luz, mas sim o quanto a lâmpada gasta de energia.

Ok, mas como assim? Bem, se você está com dois modelos fluorescentes na mão e um tem 25 W e o outro 45 W o de 45 W é justamente o que vai gastar mais energia, e, portanto, assustar mais na conta de luz no fim do mês. Tanto é que o valor em watts das lâmpadas de LED é menor que o das incandescentes.

Uma dica para saber se realmente está economizando com a lâmpada é dar uma olhada naquele selo do Inmetro de Eficiência Energética que avalia o quão econômico determinado aparelho é. Ele apresenta uma escala que vai de A a G, sendo A o que tem um gasto de energia mais eficiente e G o menos. Mas calma, esse não é o único fator a ser observado antes escolher a lâmpada que vai levar para casa!

Fluxo luminoso também deve ser levado em consideração

Além de ficar de olho na quantidade de energia gasta é preciso prestar atenção no lúmens (lm), o fluxo luminoso que indica a quantidade de luz emitida. Quanto maior for essa unidade de medida mais iluminado o cômodo ficará.

Para você ter uma ideia da dimensão desse fator basta saber que há lâmpadas com 300 lm e outras com mais de 1.000 lm! A primeira a luz é mais fraca, enquanto a segunda bem intensa. Então se o seu cômodo é muito grande e ele oferece apenas um bocal o ideal é optar por uma lâmpada cujo lúmens seja mais elevado, certo? Bem, mais ou menos. João Gabriel d’Oliveira lembra que outros fatores devem ser levados em consideração.

“É preciso ficar atento, porque você pode comprar uma lâmpada com um lúmens tão alto que a sala fica iluminada demais, e isso passa a irritar os olhos. O tamanho do cômodo não faz tanta diferença assim, mas sim a distância entre as pessoas e a lâmpada. Se seu cômodo for grande, mas com teto baixo, a luz vai irritar os olhos de qualquer maneira”, explica.

Kelvins indica a temperatura da cor

Embora as lâmpadas fluorescentes sejam conhecidas pelas suas cores frias elas também podem ter um tom mais amarelado, algo que em geral é indicado na própria caixa. Mas você sabe por que umas são de um jeito e outras de outro? A resposta para isso está nos Kelvins (K). Quanto maior o valor dessa unidade de medida mais azulada a luz será, e quanto menor mais avermelhada.

Para se ter uma ideia o sol representa o meio termo, emitindo uma luz que chega até nós na forma de 5.000 K. Já o flash de aparelhos eletrônicos, que é mais claro, é de 5500 K. Lâmpadas fluorescentes? 4.000 K. Se esse valor ficou mais baixo que isso as chances de ela ser mais voltada para o amarelo só aumentam.

Qual lâmpada comprar?

Agora que você já tem todos esses dados é bem mais fácil entender qual tipo de lâmpada comprar. Ainda assim, João Gabriel d’Oliveira resume os principais pontos para ninguém gastar mais do que deveria na hora de escolher a sua.

“Essa pergunta não tem uma resposta direta, pois depende da sua prioridade. Geralmente o custo é o que mais pesa para o consumidor, mas não se engane: uma lâmpada eficiente, por mais que tenha um custo inicial elevado, pode economizar muito ao longo do tempo. Os dois parâmetros usados para facilitar esse entendimento são custo anual da lâmpada e custo anual da energia. Além disso, uma lâmpada pode ter boa eficiência e não iluminar muito, e por isso é importante ficar atento tanto no valor de watts quanto no de lúmens”, afirma.

* João Gabriel d’Oliveira (CREA 2019104657) é formado em Engenharia Elétrica pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ)